Por Pablo Osório e Carol Lacerda
Ele é o cara que tocava violão e pandeiro, gostava dos Beatles e do Elvis e também do João Gilberto, de velhos sambas e dos clássicos do rádio. Cresceu musicalmente no Rio de Janeiro dos anos 50 e 60, sofrendo influência da avassaladora bossa-nova, mas convivendo com a inocência “juvenil” da jovem guarda. Bebeu um pouco de todas essas fontes, mas inconscientemente (ou não), optou por tocar suas músicas preferidas do seu jeito. E começou a se apresentar na noite. Primeiro conquistando a Tijuca, logo ganhando o respeito e simpatia dos músicos locais, para em seguida conquistar todo o Rio de Janeiro, o Brasil e o mundo inteiro.
E como é que um cara que fala de samba, de mulher e futebol, não poderia cair no gosto do povo brasileiro? Ele soube misturar o ritmo gostoso do samba com a poesia de nossa gente. Soube unir a identidade e música típicas das periferias brasileiras com o swing e universalidade dos subúrbios e guetos norte-americanos, transformando o batido de seu violão no pulsar de um povo inteiro. Suas canções falam das belezas naturais do nosso país, do charme das nossas mulheres e do nosso mais reconhecido talento: o futebol. Não tinha como dar errado!
Neste 22 de março, nosso grande mestre Jorge Ben Jor, completou 70 anos de vida e swing. Um dos nomes incontestáveis da música brasileira, responsável pela criação deste estilo híbrido, único e brasileiríssimo que chamamos de samba-rock, influência máxima para o “Soul do Bem”.